MITO E LITERATURA: A MYTHODOLOGIA ENTRE A EXPERIÊNCIA E A CRÍTICA

  • Rogério Carvalho IE

Resumo

A literatura sempre foi devedora de sua origem mítica e, mesmo quando tentou se afastar dessa fonte original, e em alguns momentos tomar o seu lugar na forma de uma “literatura absoluta”, retornou para narrar algo que faz parte essencial de nosso passado linguístico. No desenvolvimento das críticas literárias, atravessadas por essas idas e vindas da literatura ao seu berço mítico, o espaço do mito invariavelmente foi mitigado. É compreensível, uma vez que as críticas e teorias literárias são exercícios posteriores à experiência da escrita e da leitura. No entanto, em um esforço de pôr em movimento a teoria do imaginário contra os racionalismos extremos das críticas modernas, o antropólogo Gilbert Durand desenvolveu uma crítica literária em que o mito tivesse papel central e fundamental, crítica que ele denominou de mythodologia. Nesta crítica, realizada em dois momentos, a mitanálise e a mitocrítica, isto é, o mito universal presente em um escritor e sua obra, seguido de uma análise dos mitemas da obra em sua perspectiva simbólica e imaginária, Durand indica como a literatura pode ser pensada entre a crítica e a experiência da escrita e da leitura, dada as possibilidades de eufemização do mito na própria obra literária.

Publicado
Ago 9, 2019
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CARVALHO, Rogério. MITO E LITERATURA: A MYTHODOLOGIA ENTRE A EXPERIÊNCIA E A CRÍTICA. ANANKE - REVISTA CIENTÍFICA INDEPENDENTE, [S.l.], v. 1, n. 2, p. 22-53, ago. 2019. ISSN 2596-0180. Disponível em: <http://revistaananke.com.br/index.php/ananke/article/view/34>. Acesso em: 27 set. 2024.