O Feminino em Platão
Ou As Mulheres de Platão
Resumo
O propósito deste artigo é destacar o feminino como uma constante que ressurge na léxis platônica e em algumas obras apócrifas como no Menexeno. Na léxis há pelo menos sete entidades sinalizadas como sob o domínio do feminino, ou de uma sabedoria calcada em Eros, são elas: 1) Safo no Lysis e no Fedro; 2) Diotima, no Baquete; 3) as sacerdotisas de Dodona no Fedro; 4) Atenas no Timeu; 5) hypodoche e a Khora do Timeu; 6) Cibele no Crítias, 7) Afrodite no Filebo, e 8) Aspasia no Menexeno. A poetisa é plagiada no Lísis, e chamada de a maior dos poetas no Fedro; Diotima é professora de Sócrates, sábia que inspira a filosofia à eterna descoberta do amor como princípio primeiro; as sacerdotisas de Dodona são sinais de uma sabedoria mais alta que a dos homens na mesma obra — trata-se de uma sabedoria provinda da loucura; de um tempo onde vigorava mais a dança que o pensamento, ou mesmo quando ambos não poderiam ser tomados como anacrônicos. Lembremo-nos a partir da atmosfera cretense: ou não é Creta, destino das mais dionisíacas e rigorosas Leis, a verdadeira origem de Atlantis nascida do útero de Cibele no Crítias?