O Feminino em Platão

Ou As Mulheres de Platão

  • Fabíola Menezes Araújo UFRJ/PUC-Rio

Resumo

O propósito deste artigo é destacar o feminino como uma constante que ressurge na léxis platônica e em algumas obras apócrifas como no Menexeno. Na léxis há pelo menos sete entidades sinalizadas como sob o domínio do feminino, ou de uma sabedoria calcada em Eros, são elas: 1) Safo no Lysis e no Fedro; 2) Diotima, no Baquete; 3) as sacerdotisas de Dodona no Fedro; 4) Atenas no Timeu; 5) hypodoche e a Khora do Timeu; 6) Cibele no Crítias, 7) Afrodite no Filebo, e 8) Aspasia no Menexeno. A poetisa é plagiada no Lísis, e chamada de a maior dos poetas no Fedro; Diotima é professora de Sócrates, sábia que inspira a filosofia à eterna descoberta do amor como princípio primeiro; as sacerdotisas de Dodona são sinais de uma sabedoria mais alta que a dos homens na mesma obra — trata-se de uma sabedoria provinda da loucura; de um tempo onde vigorava mais a dança que o pensamento, ou mesmo quando  ambos não poderiam ser tomados como anacrônicos. Lembremo-nos a partir da atmosfera cretense: ou não é Creta, destino das mais dionisíacas e rigorosas Leis, a verdadeira origem de Atlantis nascida do útero de Cibele no Crítias?

Publicado
Jan 6, 2019
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ARAÚJO, Fabíola Menezes. O Feminino em Platão. ANANKE - REVISTA CIENTÍFICA INDEPENDENTE, [S.l.], v. 1, n. 1, p. 19 - 37, jan. 2019. ISSN 2596-0180. Disponível em: <http://revistaananke.com.br/index.php/ananke/article/view/10>. Acesso em: 22 set. 2024.
Seção
Artigos